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Professor da UFAL apresenta quadro do rio São Francisco em evento no Peru

Foto: HOT - Humanitarian OpenStreetMap Team

por ASCOM UFAL

Igor da Mata, professor do Curso de Engenharia de Pesca na unidade de Penedo, apresentou projeto MapSãoFrancisco como iniciativa que pode ajudar a construir políticas públicas com dados confiáveis.


Mais uma vez o caso do Rio São Francisco é apresentado ao público internacional pelo projeto MapSãoFrancisco – Mapeamento Colaborativo e Inclusivo na Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco, que tem a Universidade Federal e Alagoas (UFAL) como uma das entidades cooperadas participantes da iniciativa.

O professor Igor da Mata Oliveira, do curso de Engenharia de Pesca da Unidade de Penedo, que integra o Campus Arapiraca, participou do Seminário de Gestão Popular de Risco de Desastres [OpenStreetMap] no mês de novembro, em Lima-Peru.

O evento foi sediado na Unidade de Pós-graduação da Faculdade de Ciências Sociais da Universidad Nacional Mayor de San Marcos e contou com mesas-redondas que abordaram temas relacionados desde a elaboração de dados por comunidades até atividades de uso de drones para levantamento aéreo de regiões alvo.

“No Baixo São Francisco, além do vazio cartográfico e da falta de gestão, temos uma situação de risco de inundação, agravada pela ocupação das áreas de lagoas marginais, que são ambientes de amortecimento, diminuição da calha rio e avanço do mar na foz. Portanto, estamos trabalhando em previsões de diferentes cenários de chuvas e vazão para que possamos avaliar as áreas e populações sob risco”, destacou o professor.

O quadro de populações em zonas de risco de alagamento no Baixo São Francisco. Foto: HOT

Segundo o pesquisador, essas informações são fundamentais para a adoção de medidas de prevenção e planos de emergência. “Temos sido convidados a apresentar a situação aqui na região, e a explicar como eventos dessa natureza podem acontecer”.

Esta é a segunda participação do MapSãoFrancisco em eventos internacionais. A primeira foi com a apresentação do projeto na GeOnG, em Chambéry-França, no final de outubro passado.

A gestão de riscos de desastres como um processo social, tema discutido no evento em Lima, requer a mais ampla participação da sociedade para ser efetiva, oportuna e transformadora. Por sua vez, o OpenStreetMap é o maior banco de dados cartográfico colaborativo do mundo, graças à participação de uma comunidade de criadores e editores distribuídos por todo o planeta.

Discussões evidenciaram problemas humanitários

A pandemia em curso pôs em evidência as diferenças e desigualdades existentes no mundo em relação à prestação e gestão da ajuda humanitária em situações de emergência. Algumas dessas desigualdades foram cobertas e resolvidas pelas próprias comunidades no terreno ou remotamente num exercício de solidariedade transnacional através da produção de dados cartográficos abertos que permitiram às instituições gerar a ajuda humanitária, encontrar os possíveis beneficiários e as condições básicas de acesso aos seus territórios.

No Peru e na região latino-americana, essa relação ocorreu de diferentes formas e com diferentes atores. O evento foi um ponto de encontro de algumas destas iniciativas.

O seminário realizado na Universidade do Peru buscou abrir e fortalecer espaços e conhecimentos no uso de ferramentas digitais e sociais para a produção e análise de dados cartográficos gratuitos que possam servir para a redução de riscos e desastres e para a promoção e fortalecimento das características de resiliência de comunidades suscetíveis a qualquer perigo ou ameaça.

Os pesquisadores participantes compartilharam suas experiências com temas como: respeito aos direitos dos povos indígenas e gestão de territorial, alfabetização digital do uso de tecnologias para as populações vulneráveis do país e público em geral, planejamento urbano, acessibilidade, cuidado do patrimônio arqueológico, identificação da particularidade da fenomenologia territorial da região andina, representação cartográfica das relações de poder, implementação dos objetivos de desenvolvimento sustentável, entre outros.

Sobre o MapSãoFrancisco

O projeto MapSãoFrancisco tem o objetivo de realizar o mapeamento de elementos, dados, quadros e temas não existentes na cartografia oficial da bacia hidrográfica do rio São Francisco. A ideia é possibilitar a organização e mobilização da sociedade civil para políticas públicas inclusivas, além de permitir ações de prevenção e resposta a eventos extremos que coloquem em vulnerabilidade e risco populações e patrimônio natural na bacia do Velho Chico.

A iniciativa surgiu em razão da “precária representação cartográfica oficial da bacia hidrográfica do grande rio que, por diversas razões, não representa adequadamente dados ou temas não só do interesse coletivo difuso das populações da região, mas também do restante da nação. Mesmo que, no presente, tenhamos disponíveis as mais modernas geotecnologias e profusão de dados públicos que poderiam gerar uma consistente cartografia da bacia hidrográfica do Velho Chico, minuciosa, precisa e isenta, tal não ocorre: ainda não é satisfatória a resposta, da parte da gestão – municipal, estadual e federal – do território da bacia do Velho Chico na produção de melhores e tão necessários produtos”, ressalta a apresentação do projeto.

O MapSãoFrancisco é uma iniciativa da ONG Canoa de Tolda e do Laboratório de Investigação e Manejo da Pesca (Imap) da Ufal, com o apoio do HOT – Humanitarian OpenStreetMap Team que acolheu a proposta da iniciativa, possibilitando o acesso a equipamentos e da ferramenta HOT – Tasking Manager para gerenciamento de projetos de mapeamento remoto colaborativo.

Fontes: ASCOM UFAL


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