por InfoSãoFrancisco
Reduções das vazões da hidrelétrica de Xingó criam problemas para travessia de balsas no alto sertão do Baixo São Francisco: uma das três balsas engajadas na operação está paralisada por falta de calado, afetando a conectividade entre Sergipe e Alagoas.
As reduções das vazões impostas pelo setor elétrico acumulam problemas para as populações no Baixo São Francisco e o segmento da navegação não escapa.
Desde o último dia 07 de fevereiro que a CHESF – Companhia Hidro Elétrica do São Francisco iniciou novo patamar de redução das descargas da hidrelétrica de Xingó, que seguia com operações praticando 3.000 m³/s (três mil metros por segundo). Como publicado pelo InfoSãoFrancisco, no dia sábado (11) a CHESF reduziu as vazões para 2.500 m³/s e na segunda para 2.000 m³/s (vazões médias, com faixas de valores de até 1.700 m³/s ou ainda menores sendo praticadas ao longo do período).
O resultado é que, mais uma vez, a travessia entre o povoado Niterói (Porto da Folha, SE) e Pão de Açúcar (AL) tem prejuízos, pois uma das balsas utilizadas pela Empresa Fluvial São Francisco foi paralisada pela impossibilidade de operação.
“Com essa baixa de vazão nossa travessia com as balsas grandes de trinta e dois metros na linha de Pão de Açúcar a Niterói ficou impossibilitada de continuar. Paramos hoje, pois o rebocador estava com o fundo arrastando no leito do rio, nas manobras de aproximação dos portos. Apenas uma das balsas funciona de forma precária e prestes a encalhar’, explica José Antônio Gonçalves, proprietário das embarcações, que se recupera de vários dias com uma das balsas que ficou encalhada em razão de uma redução de vazão sem comunicação adequada.
A perspectiva de mais uma substancial redução de vazão de Xingó a partir do sábado (18), deixa José Antônio mais apreensivo: ” com a vazão de quatro mil [m³/s], a areia [dos bancos de areia a montante] se espalhou pelo leito. E agora, com a diminuição para dois mil, mil e quinhentos e consequentemente menos do que isso, será uma situação caótica para a travessia entre os dois portos. Inclusive já há um banco de areia em formação no meio do percurso. Precisamos de no mínimo dois mil”.
Segundo José Antônio, nesta tarde ele encaminhou ofício relatando o caso e pedindo providências à ANA – Agência Nacional de Águas; CHESF; ANTAQ – Agência Nacional de Transportes Aquaviários; Agência Fluvial da Capitania dos Portos de Alagoas em Penedo/Marinha do Brasil, na perspectiva de alguma solução que seria a elevação das vazões para proporcionar o atendimento aos usos múltiplos das águas do rio São Francisco, previsto pela Lei das Águas (9.433/97)
Variações de vazões que afetam a todos: rio e pessoas
Além do comprometimento do acesso à água pelas populações difusas, que se vêm às voltas com suas bombas afetadas pelas variações da vazão imprevisíveis, também o setor da navegação é um dos afetados em todo o Baixo São Francisco.
Um dos exemplos que bem ilustra a situação é a linha da travessia entre o povoado Niterói, no município sergipano do Porto da Folha e a cidade de Pão de Açúcar, na margem alagoana. Essa linha faz parte da principal via de acesso que liga Aracaju com o alto sertão de Alagoas e Pernambuco, e conta com grande tráfego, sobretudo de caminhões.
Desde 2013 que o percurso das balsas que transportam veículos pelo Velho Chico vem sendo alterado não apenas pelo processo acelerado de assoreamento da região (que foi, há alguns anos, dragada pelo governo federal para evitar a suspensão da importante linha) mas também pelas variações do calado (profundidade do percurso por onde passa a embarcação) de acordo com as vazões praticadas.
Fontes: Empresa Fluvial São Francisco
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