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MapSãoFrancisco finaliza segunda área do mapeamento de lagoas marginais no Baixo São Francisco

por InfoSãoFrancisco

Com mais uma etapa do projeto cumprida, o MapSãoFrancisco se aproxima da fase final do mapeamento das lagoas intermitentes e várzeas do Baixo São Francisco: de forma gradual, os importantes e essenciais corpos hídricos seguem “ressurgindo” de modo a garantir seu inquestionável lugar na cartografia através da plataforma pública colaborativa OpenStreetMap.


Com a validação da lagoa da Jundiaí a montante da cidade de Propriá, na margem sergipana do Baixo São Francisco, foi finalizada a Área 02 do projeto de Mapeamento das Lagoas e Várzeas do Baixo São Francisco, iniciativa do MapSãoFrancisco.

Abrangendo uma superfície de 108,011 km², a segunda área do projeto compreende as duas poligonais (nas margens alagoana e sergipana do Velho Chico) determinantes dos elementos a serem mapeados entre o povoado Ilha do Ouro, no município de Porto da Folha, Sergipe e o município do Porto Real do Colégio, em Alagoas.

Em razão das mudanças no relevo da planície de inundação, onde o terreno é mais baixo e plano do que na Área 01, temos um maior número de corpos hídricos intermitentes, fazendo um total de 74 lagoas e várzeas, sendo 37 em Alagoas e o mesmo número em Sergipe.

Com a conclusão da Área 2, já são 122 lagoas e várzeas mapeadas até o momento que estão disponíveis na cartografia pública, como por exemplo, os mapas do SNIRH – Sistema Nacional de Informações sobre Recursos Hídricos, da ANA – Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico que utilizam como base o sistema do OSM - OpenStreetMap.

A base do SNIRH utiliza o OSM - OpenStreetMap que já apresenta as lagoas mapeadas. Reprodução: ANA/SNIRH

No entanto, mesmo com o processo de validação realizado, ainda há muito trabalho em busca da maior precisão possível entre a representação cartográfica e as estruturas físicas na superfície do território mapeado.

Como explica Carlos Eduardo Ribeiro Jr. um dos coordenadores do projeto do MapSãoFrancisco, “Ainda que o projeto utilize, através da plataforma Tasking Manager do HOT – Humanitarian OpenStreetMap Team imagens de satélite de alta definição para a edição das poligonais, todas as lagoas mapeadas pelo projeto deverão ser revalidadas in loco para eventuais ajustes de poligonais, adição/supressão de corpos hídricos, em razão das inúmeras intervenções humanas nessas importantes e desprotegidas APPs (Áreas de Preservação Permanente)”.

Segundo informações dos responsáveis pelo projeto, nas duas áreas inteiramente mapeadas e validadas foram envolvidas 177 pessoas colaboradoras/mapeadoras do Brasil e de diversas partes do mundo, mostrando o potencial aglutinador de engajamento a partir da cooperação estabelecida com o HOT.

As lagoas e várzeas do Baixo São Francisco, além de visualizadas, também podem ser baixadas. Esse é um dos grandes atributos do OSM que permite o uso de seus dados para utilização na elaboração de mapas específicos em outros sistemas de cartografia digital.

A base do SIGA São Francisco, do Comitê da Bacia, utiliza o OSM - OpenStreetMap que já apresenta as lagoas mapeadas. Reprodução: ANA/SNIRH

O MapSãoFrancisco, através desse grande projeto no Baixo São Francisco, tem como um dos objetivos a produção de um mapa interativo com todas as lagoas e várzeas intermitentes a jusante da UHE Xingó.

"Eu avalio que esse projeto vai além do ineditismo tecnológico, ele tem um valor maior que é a visibilização do espaço público para viabilização de tomadas de decisões de gestões e pesquisas nessa região. O ato de engajar pessoas de diferentes territórios do mundo nesse mapeamento participativo possibilita que os mapas visibilizem lagoas de territórios da Bacia São Francisco", afirma Antônio Laranjeira, pesquisador do grupo de Geografias da Comunicação Regional pela Universidade Federal de Sergipe (UFS) e membro da equipe organizadora do MapSãoFrancisco.

A iniciativa segue seus objetivos ao possibilitar o levantamento e disponibilização pública de informações essenciais para a melhor gestão da planície de inundação do Velho Chico em seu trecho baixo, que exige, por parte da sociedade, grande atenção e pronta resposta: a crise climática global favorece situações de riscos reais com possibilidades de enchentes de grande porte na região.

Nas próximas semanas são esperados avanços no processo de validação da Área 3 para a conclusão do projeto.

O projeto de Mapeamento de Lagoas e Várzeas Marginais do Baixo São Francisco é uma iniciativa da Canoa de Tolda e InfoSãoFrancisco que conta com a cooperação técnica do HOT – Humanitarian OpenStreetMap Team e da UFAL – Universidade Federal de Alagoas através de seu curso de Engenharia de Pesca com o IMAP – Laboratório de Investigação e Manejo da Pesca, em Penedo, Alagoas.

Como colaborar no mapeamento das lagoas e várzeas do Baixo São Francisco



Para participar dos projetos do MapSãoFrancisco é necessário que a pessoa tenha uma conta no OSM - OpenStreetMap.

Em seguida, ela fará seu primeiro acesso na plataforma Tasking Manager do HOT que identificará automaticamente sua conta/usuário.

Ali serão encontradas todas as informações inclusive de vídeos de treinamento que contam com tradução instantânea para o português.

Para a seleção das áreas do projeto que poderão ser mapeadas, o acesso poderá ser feito tanto pelo MapSãoFrancisco como pelo Tasking Manager.

Todos os projetos do MapSãoFrancisco estão em português.

Fontes: MapSãoFrancisco; Canoa de Tolda; HOT – Humanitarian OpenStreetMap Team; ANA/SNIRH; CBHSF/Siga São Francisco


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