por Redação
Mantendo a falha comunicação com as populações ribeirinhas afetadas pelas operações de barramento, a CHESF, em poucas horas, eleva consideravelmente as vazões da UHE Xingó criando situações difíceis para inúmeras comunidades.
Desde o final da noite de ontem (9) que são verificadas vazões acima daquelas de 1.500 m³/s (hum e quinhentos metros cúbicos por segundo) médios, conforme programado e anunciado pelo setor elétrico ainda na reunião da Sala de Acompanhamento do Sistema Hídrico do Rio São Francisco de 3 de agosto passado.
O valor das descargas da UHE Xingó ficou na máxima, às 15:00 hs (sendo que às 17:00 na Estação RPPN Mato da Onça), de 2.189,12 m³/s, defluência pouco acima dos 2.060 m³/s estabelecidos pela regularização a partir da construção da UHE Sobradinho (contrariando a equivocada alegação de uma “cheia” do Velho Chico).
Ainda que sendo o incremento da vazão naturalmente benéfico (porém pontual) para os ecossistemas aquáticos e para a qualidade da água destinada ao consumo humano, não foi observada a situação de inúmeras captações de água que abastecem residências e culturas de populações difusas.
Tais instalações, flutuantes ou fixas, até então estavam ajustadas (no comprimento das linhas de dutos de água, rede elétrica, atracação de cabos, suportes de fixação de bombas, etc.) para a vazão estipulada que, ainda assim, tem grandes variações.
Conforme o hidrograma fornecido pela hidro telemetria do SNIRH – Sistema Nacional de Informações Sobre Recursos Hídricos, pode ser observada o rápido e significativo aumento das descargas da UHE Xingó na noite do dia nove. O aumento da vazão também criou situação indesejável em diversos atracadouros, onde embarcações tinham suas amarras e cabos de ferros (âncoras) devidamente ajustados para a profundidade compatível com as vazões médias de 1.500 m³/s até então praticadas.
Vazões UHE Xingó
Em consulta aos comunicados da CHESF – Companhia Hidro Elétrica do São Francisco via correio eletrônico, o mais recente data de 27 de agosto passado (ver abaixo), onde confirma a manutenção das vazões médias de 1.500 m³/s, mencionando, no entanto, que haveria a possibilidade de mudanças nas médias diárias e que tais operações seriam comunicadas via SMS. Tal formato de comunicação, extremamente criticado e sem resposta de correção da pelos órgãos reguladores, não contempla a obrigação de alcance a toda a população ribeirinha por parte da empresa que opera os barramentos.
A realidade da comunicação ao longo do Baixo São Francisco é conhecidamente de um sistema precário, sem cobertura efetiva pela telefonia em toda a região, o que não possibilita o acesso à informação cabido às populações afetadas.
No fechamento da matéria a vazão defluente 1.786,7 m³/s.
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Fontes
ANA – Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico
SNIRH – Sistema Nacional de Informações Sobre os Recursos Hídricos