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MapSãoFrancisco realiza novas varreduras aéreas de mapeamento

por InfoSãoFrancisco

No último domingo (11) o MapSãoFrancisco realizou mais uma etapa de captação de imagens aéreas e produção de dados geodésicos que serão utilizados na elaboração de simulações de zonas de alagamento no Baixo São Francisco e a identificação de populações em situação de risco.


O projeto MapSãoFrancisco – Mapeamento Colaborativo e Inclusivo na Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco prossegue as atividades de mapeamento no Baixo São Francisco, com mais uma etapa cumprida no final de semana passado.

O trabalho de campo teve o fechamento de mais uma poligonal do alto sertão do Baixo São Francisco varrida com drones possibilitando ao MapSãoFrancisco outro passo para a realização do mapeamento de populações em zonas de risco de alagamento a jusante da UHE Xingó, objetivo principal da iniciativa lançada no final de 2021.

Na ilha do Belmonte, a base de operações (em vermelho), a base do drone (em azul) e a base do GPS/RTK (em amarelo).

O novo bloco de dados topográficos recém coletados se junta ao acervo que vai formando o extenso mosaico de imagens da planície de inundação a jusante da UHE Xingó. Com tais informações e seguindo a produção local das mesmas, o HOT – Humanitarian OpenStreetMap, um dos parceiros iniciais da iniciativa, segue com o processamento do material para elaboração da modelagem dos terrenos mapeados.

A modelagem do terreno da planície de inundação no Baixo São Francisco permitirá a simulações de enchentes extremas na região as quais, por sua vez, possibilitarão o desenho das zonas de risco de alagamento e populações inseridas e/ou possivelmente afetadas pelas mesmas.

Como explica Carlos Eduardo Ribeiro Junior, da Sociedade Canoa de Tolda, uma das organizações lançadoras da iniciativa, junto com o InfoSãoFrancisco, “o objetivo desse projeto do MapSãoFrancisco é a produção de informações precisas que, disponíveis para a sociedade, possibilitarão tomadas de decisão como a cobrança de um Plano Integrado de Prevenção, Preparo, Enfrentamento e Reação aos Impactos de Eventos Extremos no Baixo São Francisco.”

Ainda segundo Carlos Eduardo, a existência de informações precisas sobre o quadro de risco para uma grande população ribeirinha, poderá servir de alerta para que, enfim, seja preenchida uma lacuna mantida pela gestão do rio São Francisco desde a construção de Sobradinho com a elaboração do Plano Integrado voltado para a possibilidade de ocorrência de grandes enchentes.

Com a bacia do Velho Chico particularmente afetada pelos efeitos das mudanças climáticas, o risco de situações meteorológicas tais como chuvas intensas, criando situações de cheias excepcionais é significativo.

“A falta de políticas públicas voltadas para ações preventivas e de enfrentamento em caso de enchentes de alta/altíssima magnitudes é uma situação que, há mais de quarenta anos, desde a construção da UHE Sobradinho, mostra uma inadequada gestão da água – a partir das implicações provocadas pelas operações de barramento, a cargo do setor elétrico, que segue sem cobrança da parte das gestões municipais, estaduais, federais e também pela sociedade”, continua Carlos Eduardo.

As atividades de topografia aérea do derradeiro final de semana foram realizadas na ADI – Área de Interesse Ilha do Ferro, que abrange o povoado Bonsucesso, na margem sergipana no alto sertão do Baixo São Francisco, uma das áreas prioritárias para a realização do projeto do MapSãoFrancisco.

Ainda sem recursos suficientes para o desenvolvimento das atividades em maior escala, o MapSãoFrancisco priorizou algumas áreas em zonas consideradas de maior risco o que explica a realização fragmentada do futuro Mapa de Populações em Zona de Risco de Alagamento – Baixo São Francisco.

Aplicativos gratuitos, de fácil acesso

Todas as atividades do MapSãoFrancisco são realizadas com sistemas e programas abertos, gratuitos, de fácil acesso a qualquer pessoa.

Para os voos dos drones, e utilizado o programa Pix4D Capture, que possibilita a precisa programação (com várias possibilidades de ajustes) da varredura sobre a área alvo.

Para a coleta de dados geodésicos e uso dos GPS/RTK de alta precisão, é utilizado o SW Maps, também gratuito.

Nota: As imagens podem ser visualizadas em formato grande, em outra aba.


O MapSãoFrancisco

O MapSãoFrancisco é uma iniciativa da Canoa de Tolda e InfoSãoFrancisco que conta com a cooperação técnica do HOT – Humanitarian OpenStreetMap Team e da UFAL – Universidade Federal de Alagoas através de seu curso de Engenharia de Pesca com o IMAP – Laboratório de Investigação e Manejo da Pesca, em Penedo, Alagoas, e da UFS – Universidade Federal de Sergipe, através do Laboratório GeoRioeMar.

Fontes: MapSãoFrancisco


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