por Antonio Laranjeira | InfoSãoFrancisco
Com o uso do aplicativo MapSwipe, o projeto MapSãoFrancisco impulsiona a segunda fase do projeto de mapeamento das populações ribeirinhas em zonas de risco de alagamento na planície de inundação do Baixo São Francisco.
Abrindo a segunda fase do Mapeamento de Populações em Zonas de Risco no Baixo São Francisco, o MapSãoFrancisco deu início à produção de dados iniciais que possibilitarão, dentro de mais alguns dias, a abertura pública do projeto para mapeadores voluntários em qualquer parte do mundo.
Para esta nova etapa, o MapSãoFrancisco está utilizando o aplicativo gratuito MapSwipe (para telefones celulares com sistemas Android ou IOS) desenvolvido pelas organizações Cruz Vermelha Britânica; HeiGIT – Heidelberg Institute for Geothecnology Information; HOT – Humanitarian OpenStreetMap Team e Médecins Sans Frontières a partir da necessidade de ações de mapeamento emergencial de zonas afetadas por desastres e crises humanitárias diversas.
O MapSwipe permite a qualquer usuário e de forma muito simples, visual e rapidamente, a busca e seleção de áreas de imagens de satélite inseridas em uma poligonal definida previamente na qual ocorram um ou mais elementos pré determinados pelo projeto, tais como construções de habitações, estradas, cursos d’água.
Peneirando dados
No caso do MapSãoFrancisco, com explica, Carlos Eduardo Ribeiro Junior, membro da Canoa de Tolda e um dos coordenadores da iniciativa, “as informações permitirão a otimização das áreas para o mapeamento definitivo, igualmente voluntário e aberto, na plataforma HOT Tasking Manager, uma vez que as zonas “vazias” são eliminadas. Assim, os mapeadores não perderão tempo com busca inútil e cansativa dos elementos a serem mapeados em uma grande extensão. O MapSwipe funciona como uma espécie de peneira de dados que não perdem, no entanto, sua organização espacial, e localização geográfica.”
Quadro exige pressa
O uso de sistemas para acelerar o MapSãoFrancisco é fundamental para a produção do mapa final, pois a região sem preparo e seu quadro de risco exigem pressa, motivo de preocupação de Igor da Mata Oliveira, também coordenador da iniciativa e professor de engenharia de pesca da UFAL – Universidade Federal de Alagoas em Penedo percebendo que “em um cenário de mudanças climáticas e gestão caótica das vazões do rio São Francisco, de falta de gestão na mediação de conflitos, dos interesse envolvidos com a água, a primeira preocupação é que não consigamos fazer [o mapeamento] a tempo de uma situação de desastre, de inundação, e a outra, relacionada à primeira, é que nós temos uma grande apatia no Brasil [quanto ao trabalho voluntário de interesse coletivo], uma grande dificuldade no envolvimento de comunidades, se comparamos a iniciativas de nossos parceiros em projetos semelhantes, como por exemplo em países africanos, com os jovens profundamente envolvidos”.
Como colaborar no mapeamento do MapSãoFrancisco
O primeiro passo é baixar para o celular o aplicativo MapSwipe (para Android, no Google Play e para IOS na Apple Store) e em seguida criar uma conta, que pode ser a mesma, se for o caso, do OSM – OpenStreetMap.
O aplicativo pode ser configurado facilmente para o português e conta com um tutorial que apresenta bem o funcionamento do sistema incluindo um pequeno treinamento de menos de oito minutos.
Acesse aqui o projeto no MapSwipe, conheça mais e colabore com o mapeamento das populações ribeirinhas do Baixo São Francisco em zonas de risco de alagamento.
Dados para todos
Os inúmeros dados gerados por esse pré-mapeamento, seguindo o compromisso do MapSãoFrancisco e seus parceiros, podem ser baixados para uso em plataformas diversas e estão disponíveis gratuitamente na página do próprio projeto no MapSwipe.
O MapSãoFrancisco
O MapSãoFrancisco é uma iniciativa da Canoa de Tolda e InfoSãoFrancisco que conta com a cooperação técnica do HOT – Humanitarian OpenStreetMap Team e da UFAL – Universidade Federal de Alagoas através de seu curso de Engenharia de Pesca com o IMAP – Laboratório de Investigação e Manejo da Pesca, em Penedo, Alagoas, e da UFS – Universidade Federal de Sergipe, através do Laboratório GeoRioeMar.
Veja mais matérias sobre o MapSãoFrancisco aqui.
Fontes: MapSãoFrancisco; MapSwipe
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