por InfoSãoFrancisco
Em razão de mais de um ano de situação crítica imposta à histórica canoa de tolda Luzitânia, Dalmo Vieira Filho, pesquisador do Patrimônio Naval, encaminhou ontem (01) ofício ao presidente do órgão com considerações sobre a gravidade do evento que afeta não só a trajetória do órgão mas também a proteção do patrimônio cultural brasileiro.
Dalmo Vieira Filho é arquiteto e urbanista, especialista em conservação e restauro de sítios e monumentos históricos, ex-superintendente regional e diretor nacional do IPHAN – Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional. Estudioso do Patrimônio Naval Brasileiro, com obras publicadas sobre o assunto, criador do Museu Nacional do Mar (em São Francisco do Sul, SC) e pesquisador responsável pela aquisição do seu acervo, coordenador do Projeto Barcos do Brasil e de ações de proteção, inventários e restauros de embarcações tradicionais brasileiras.
Leia abaixo a carta de Dalmo Vieira Filho na Íntegra
Recapitulando o caso da canoa Luzitânia
A canoa de tolda Luzitânia, embarcação histórica do Baixo São Francisco de propriedade da Sociedade Canoa de Tolda desde 1999, foi objeto da primeira demanda formal ao IPHAN, em 2000, de tombamento [de uma embarcação tradicional de trabalho]. O tombamento ocorreu em 2010, após o retorno da Luzitânia às águas do Velho Chico, inteiramente restaurada.
Em de janeiro de 2022, a Luzitânia se encontrava na RPPN – Reserva Particular do Patrimônio Natural Mato da Onça, no alto sertão alagoano, com seu casco aberto em processo de reparos paliativos e emergenciais.
Com a elevação das vazões da hidrelétrica Xingó, a canoa foi alagada com risco de naufrágio, o que motivou demanda ao IPHAN de material (tambores de plástico usados) para criar um sistema emergencial para manter a embarcação flutuando.
A solicitação não foi atendida, a canoa foi alagada, tombou sobre um de seus costados e naufragou ficando em situação de risco de perda.
Sem respostas positivas da parte do IPHAN para o resgate da canoa, a Sociedade Canoa de Tolda acionou judicialmente o órgão, que foi judicialmente determinado à resgatar a canoa Luzitânia e realizar seu reparo.
Ao invés de priorizar o resgate e proteção, conservação e preservação do bem tombado, o IPHAN adotou a linha de recursos à decisão em primeira instância. O comportamento do órgão, levou à manutenção do naufrágio da canoa Luzitânia por quase dois meses até nova decisão da Justiça que obrigou, finalmente, que o IPHAN resgatasse a embarcação.
No dia 16 de março de 2022 a Luzitânia foi reflutuada e rebocada, sob a guarda do IPHAN, para a cidade de Traipu, 90 km a jusante do Mato da Onça, onde se encontra [em terra] até o presente.
Acesse a coletânea de matérias do InfoSãoFrancisco sobre o caso da Luzitânia aqui para conhecer mais sobre o tema.
Fontes: Canoa de Tolda; Dalmo Vieira Filho
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