por InfoSãoFrancisco
A situação da tradicional canoa de tolda Luzitânia ainda é crítica, uma vez que não até o momento não há qualquer informação de ações de emergência para a remoção imediata da embarcação para local seguro.
A canoa de tolda Luzitânia, histórica embarcação tradicional e tombada pelo IPHAN – Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, ainda se encontra naufragada, na Reserva Mato da Onça, Unidade de Conservação às margens do Velho Chico no alto sertão alagoano do Baixo São Francisco.
Ainda que tenha ocorrido uma inspeção da embarcação por representante do IPHAN na última sexta feira, dia 21, até o momento não há informações da parte do órgão de ação emergencial para o resgate e realocação do bem tombado para local seguro.
Veja abaixo vídeos realizados no dia 22, sábado, quando a vazão da UHE Xingó estava no patamar de 3.500 m³/s (três mil e quinhentos metros cúbicos por segundo).
A canoa Luzitânia e os conflitos socioambientais no Baixo São Francisco
Muitas pessoas podem estar a fazer a indagação: afinal, qual a relação de uma embarcação velha, com os inúmeros conflitos socioambientais que fervilham no trecho baixo do Velho Chico?
A resposta é bem simples: a Luzitânia é o “tudo a ver” com ecossistemas aquáticos, água, direitos ambientais, vida de populações ribeirinhas, economias agropastoris, deslocamentos humanos, dentre tantos elementos que compõem o universo ambiental e social do rio e ambas as margens.
Por ser a embarcação mais antiga no Baixo São Francisco, centenária, é uma das que mais navegou com o rio livre, sem barramentos. Indo mais além, temos que hoje, com a lei das águas estabelecendo seus usos múltiplos, a navegação é um direito a ser assegurado: para as pessoas garantirem sua mobilidade, o ir e vir, com suas embarcações.
Portanto, ao ser criado um caso de conflito onde a navegação é prejudicada, há uma demanda por mais água que, obviamente afeta de forma positiva os ecossistemas aquáticos e a vida das populações ribeirinhas.
Sendo a Luzitânia um bem móvel enquadrado como tombado – um patrimônio cultural nacional – ela também está agregada à paisagem cultural do Baixo São Francisco que, por sua vez, ela, a paisagem, é assegurada pela Constituição à população brasileira como “direito a um meio ambiente saudável”.
No fechamento da matéria a vazão da UHE Xingó se encontrava em 4.134,14 m³/s.
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Fontes: SEMARH-Alagoas; SEDURBS-Sergipe; Codevasf; MapSãoFrancisco