Com a situação de descontrole da espécie invasora nas regiões a montante, as baronesas se propagam ao longo do Baixo São Francisco configurando um quadro de infestação generalizada do sertão até a foz.
As baronesas, espécies aquáticas exóticas invasoras, já foram temas de diversas matérias do InfoSãoFrancisco onde foram apresentadas situações extremas que não foram objeto de qualquer ação de controle.
Em particular, no Baixo São Francisco, temos a região entre Propriá, SE e a foz com infestação da espécie ao longo de ambas as margens.
Fica evidente, como comprovam os casos identificados nesta matéria, pelo porte dos bancos, que é nula a reação de órgãos ambientais dos municípios, estados e federais no sentido de ações de combate à praga.
Deve ser notado que, mesmo com vazões defluentes da UHE Xingó, da ordem de 2.700 m³/s (dois mil e setecentos metros cúbicos por segundo) não há fragmentação dos bancos (atenção: a dissipação pontual e eventual de bancos de baronesas de forma “natural” pela vazão do rio NÃO é uma ação de supressão da espécie invasora, apenas uma realocação de uma zona para outra), indicando situação de estabilidade das colônias.
Baronesas, algas verdes, elódeas, mexilhões dourados, dentre tantas espécies invasoras e comprometedoras da integridade dos ecossistemas aquáticos e da qualidade das águas do Baixo São Francisco são o indicador do desastre que são as gestões das águas e dos territórios da bacia do Velho Chico.
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Fontes
Monitoramento Canoa de Tolda/InfoSãoFrancisco
Imagem em destaque – Bancos de baronesas no Saco Grande, Porto da Folha, SE. Foto: Carlos E. Ribeiro/InfoSãoFrancisco