por InfoSãoFrancisco
O quadro de risco de impactos socioambientais na zona costeira da foz do rio São Francisco se agrava com o anúncio de prospecção da Petrobras na região, que já está em situação de extrema vulnerabilidade com o caso das atividades da ExxonMobil.
Sem repercussão na mídia regional ou mesmo nacional, no final de dezembro passado a Petrobras anunciou enfática a “nova fronteira de produção de petróleo e gás do país” localizada, mais precisamente, na região costeira da foz do rio São Francisco.
Propagada por mídias especializadas em petróleo e gás como uma “retomada de empregos no setor offshore” a nova área de prospecção está localizada exatamente entre a já grande produtora de conflitos zona exploratória da ExxonMobil, tema de várias matérias do InfoSãoFrancisco.
Os campos da Petrobras fazem parte do SEAP – Projeto Sergipe Águas Profundas, na bacia Sergipe Alagoas sendo localizado, segundo a Petrobras, a “na Bacia de Sergipe-Alagoas, a 100 km da costa”.
Veja abaixo o mapa das áreas de concessão integral ou em cooperação da Petrobras.
De forma precisa o mapa deixa claro que a distância entre as áreas da petroleira nacional mais próximas da foz é de menos de 40 km, consideravelmente mais próximas do estuário do Velho Chico do que o poço Ceres da ExxonMobil, que já provocou grande polêmica e reação popular em seu processo de licenciamento.
A Petrobras, em seu comunicado, também sugere sua boa relação com o meio ambiente, pois, “seguindo nossa tradição, vamos batizar os sete novos campos com nomes de animais marinhos. São eles: Budião, Budião Noroeste, Budião Sudeste, Palombeta, Cavala, Agulhinha e Agulhinha Oeste.”
De acordo com a empresa a perspectiva de início de atividades na área está agenda para meados de 2026, de acordo com o trâmite de processos de concessão e licenciamento.
Através do FalaBr (antigo sistema E-Sic da CGU – Controladoria Geral da União da Lei de Acesso à Informação) o InfoSãoFrancisco solicitou maiores informações sobre as áreas que serão utilizadas pela Petrobras que respondeu dizendo que o processo ainda se encontra em trâmite na ANP – Agência Nacional de Petróleo e Gás e que tão logo tenha etapas concluídas, todos os dados estarão disponíveis.
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Fontes: Petrobras Nossa Energia; Click - Petróleo e Gás.