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Luzitânia, a célebre canoa de tolda, completa um ano sob a guarda do IPHAN

A magnifica Luzitânia. Foto: Nilton Souza

por InfoSãoFrancisco

Neste dia 16 de março a tradicional canoa de tolda Luzitânia completa um ano sob a tutela do IPHAN, em seguida ao seu resgate na Reserva Mato da Onça, onde havia sido alagada pelas elevações de vazão da hidrelétrica de Xingó, em janeiro de 2022.


A canoa de tolda Luzitânia, primeira embarcação tradicional brasileira a ter processo de tombamento lançado em 2000 pela proprietária, a Sociedade Canoa de Tolda, foi tombada pelo IPHAN – Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional após um longo trâmite, finalizado em 2010. O tombamento levou em consideração o notável projeto de restauro da embarcação que consumiu cerca de sete anos.

Nesta data completam-se exatos doze meses desde que a canoa Luzitânia, um dos mais significativos elementos do patrimônio naval brasileiro, tendo sido resgata das águas do rio São Francisco, recebeu a tutela do IPHAN, por decisão judicial, situação que permanece até o momento.

O caso da tradicional embarcação foi tema de inúmeras matérias no InfoSãoFrancisco, que hoje retoma o assunto, uma vez que até o momento o processo judicial que tem como objetivo o retorno da Luzitânia ao rio São Francisco encontra-se ainda em aberto.

Relembrando o caso da canoa Luzitânia

Em de janeiro de 2022, a Luzitânia estava em terra, na RPPN – Reserva Particular do Patrimônio Natural Mato da Onça, no alto sertão alagoano, com seu casco aberto em processo de reparos paliativos e emergenciais.

Estando em terra na RPPN Mato da Onça, no alto sertão alagoano do Baixo São Francisco, para obras de manutenção e com o casco aberto para os necessários procedimentos de reparo, a canoa Luzitânia foi alagada em razão da elevação das descargas da hidrelétrica de Xingó, com padrão operacional de controle de cheias.

A Luzitânia naufragada na Reserva Mato da Onça. Foto: Carlos E. Ribeiro Jr/InfoSãoFrancisco

Sem recursos para a aquisição de equipamentos de prevenção e auxílio à sua flutuação de emergência (tambores de plástico de cerca de 200 litros), a Sociedade Canoa de Tolda solicitou formalmente por inúmeras vezes ao IPHAN a demanda dos itens.

A solicitação não foi atendida, a canoa foi alagada, tombou sobre um de seus costados e naufragou ficando em situação de risco de perda. Sem respostas positivas da parte do IPHAN para o resgate da canoa, a Sociedade Canoa de Tolda acionou judicialmente o órgão, que foi determinado pela justiça a efetuar o resgate da canoa Luzitânia, conduzi-la a local seguro e realizar seu reparo.

Ao invés de priorizar o resgate e proteção, conservação e preservação do bem tombado, o IPHAN adotou a linha de recursos à decisão em primeira instância. O comportamento do órgão, prolongou o naufrágio da canoa Luzitânia por quase dois meses até nova decisão da Justiça que obrigou, finalmente, que o IPHAN resgatasse a embarcação.

Após quase dois meses sob as águas, a Luzitânia finalmente foi reflutuada em 16 de março de 2022 e rebocada para a cidade de Traipu, Alagoas, a 90 km da Reserva Mato da Onça, onde está até hoje sob a guarda do IPHAN.

A ação judicial movida pela Sociedade Canoa de Tolda encontra-se em fase aguardo de decisão final para que a canoa Luzitânia seja devidamente reparada e possa retornar à sua missão de compor a paisagem tradicional do Baixo São Francisco.

Assista, ou reveja o vídeo com os testemunhos que atestam o valor da canoa Luzitânia

Fontes: Canoa de Tolda


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