Postado emNotícias / Crise Climática

Para ativista brasileira “autonomia sempre foi e sempre será a floresta em pé”

Paloma Costa defende que ferramentas para preservar meio ambiente incluem conhecimento e práticas indígenas associadas à criatividade de jovens; ela aconselha o secretário-geral da ONU no Grupo Juvenil sobre Mudança Climática.

A ativista ambiental brasileira Paloma Costa é conhecida por promover iniciativas com jovens em seu país e em nível global em debates e conferências sobre o clima.

Com o mundo a caminho da COP26 em novembro, em Glasgow, a integrante do Grupo Juvenil de Aconselhamento sobre Mudança Climática do Secretário-Geral da ONU reafirma como lições simples de preservação ambiental podem conter os retrocessos.

Floresta

“A gente aprender, por exemplo, com lideranças como Raoni, como é que é resistir? Como é que é manter a floresta em pé e mostrar que a floresta em pé é muito mais valiosa do que qualquer monocultura ou pecuária que venha invadir o nosso mundo. Eu acho que a ideia de reflorestar a consciência vem justamente daí: do fato de que se a gente está consciente o suficiente, a gente por exemplo que vem de uma região como a América Latina, a gente vai sim se unir e lutar por uma floresta em pé. Por que a autonomia sempre foi e sempre será a floresta em pé.”

Na entrevista à ONU News, a jovem ativista realçou que a inclusão dos povos indígenas e de outras formas de conhecimento enriquecem sua intervenção. O painel internacional incentiva o diálogo com jovens em momento de acelerar a ação para enfrentar a emergência climática.

Paloma Costa disse que o potencial e a criatividade do grupo é vital nas iniciativas globais do qual o Brasil faz parte. Para ela, os jovens são chamados a influenciar decisões rápidas com iniciativas já em curso para conter a destruição do planeta.

Guterres conversou sobre ação climática com jovens ativistas do Brasil e de Madagascar. Foto: ONU/Manuel Elias.

Lideranças

“Ver a criatividade das soluções e, ainda assim, mesmo com esse dossier de soluções disponíveis que já estão acontecendo, muitas vezes sem o apoio necessário e sem recursos nem estrutura nenhuma, mas que ainda assim os líderes mundiais vão para um espaço como a Cúpula de Lideranças pelo Clima que aconteceu ontem e não se comprometem verdadeiramente.

Para mim, a esperança está aí na juventude e em pensar que nos unindo cada vez mais a gente vai, de fato, conseguir influenciar algumas decisões que são tão importantes que estivessem acontecendo de forma diversa e inclusiva até Glasgow, para que a gente pudesse realmente dar um passo adiante na luta pelo clima, mas vamos vendo.”

Paloma Costa aconselha o secretário-geral na implementação da Estratégia de Mudança Climática 2020-21 como parte do incentivo à participação de vozes jovens na tomada de decisões ambientais de alto nível.

Uma das bandeiras que a ativista brasileira mais defende é que a demora de tomada de decisões é uma crise, que se vem a juntar a outras três afetando a natureza: a do clima, da biodiversidade e da poluição.


Leia ainda

População global de peixes de água doce em risco de extinção, segundo estudo internacional

Uma derradeira oportunidade para o Velho Chico [e demais rios brasileiros]

“Roubaram nosso rio”: a batalha de uma nação nativa pelo rio Skagit


Fontes

UN News