por InfoSãoFrancisco
Mesmo com situação hidrológica da bacia hidrográfica do rio São Francisco extremamente favorável, com os volumes dos reservatórios próximos da capacidade máxima, setor elétrico impõe escassez de água ao Baixo São Francisco, com vazões mínimas semelhantes ao período da chamada crise hídrica pós 2013.
O Baixo São Francisco, na manhã de hoje (05), voltou a se deparar com novo evento de descargas mínimas da UHE Xingó que segue mantendo o padrão de operações com variações amplas e bruscas ao longo do período.
Às 09:00 hs da manhã, sem alertas prévios antecipados, as descargas do barramento chegaram ao valor de 792,46 m³/s (setecentos e noventa e dois metros cúbicos por segundo).
No fechamento da matéria (dados ANA – Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico), os volumes nos principais reservatórios da bacia eram:
Três Marias – 89,03%
Sobradinho – 99,56%
Itaparica – 92,70%
Amparo legal
A manobra realizada pela CHESF – Companhia Hidro Elétrica do São Francisco, para todos os efeitos, é amparada pela atualização da LO – Licença de Operação da UHE Xingó. A LO emitida pelo IBAMA – Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis em junho de 2021 estabeleceu como descargas mínimas o valor de 700 m³/s.
As descargas nesta faixa eram, até então, praticadas sob o regime das Autorizações Especiais, concedidas a partir de 2013 durante a chamada crise hídrica da bacia. Tal quantidade ínfima de água alocada para o Baixo São Francisco só pode ser regulamentada após o CBHSF – Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco, ao atualizar o Plano de Recursos Hídricos da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco em 2016, ter retirado a restrição de vazão mínima de 1.300 m³/s do primeiro Plano de Recursos Hídricos.
No fechamento da matéria a vazão defluente da UHE Xingó era de 852,59 m³/s.
Fontes: CHESF; ANA/SNIRH; ONS
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