No segundo álbum da série da foto reportagem O Rio Que Sobrou mais uma coleção de imagens das atividades do projeto Sobradinho +40 – A Desintegração do Rio da Integração no Baixo São Francisco na região da foz do Velho Chico.
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Muito provavelmente, novos rompimentos e a evidente aceleração do avanço do mar, aterrarão mais este segmento da Parapuca aprofundando a destruição da foz do São Francisco e sua zona costeira.
A barra da FaÃsca.
Os mangues secos são algumas das marcas do fracasso da gestão do São Francisco, suas águas e territórios, que atingem sua zona costeira.
Os paus de mangue aterrados, calcinados, polidos pela areia. O que vai restando da derradeira grande floresta costeira da zona costeira da foz do São Francisco. Tivemos a oportunidade â privilégio, talvez â de vê-la ainda de pé â à contra luz do sol nascente.
Sem o canal da Parapuca, rompido, principal artéria de conexão de biodiversidade entre a calha principal, o estuário, e as lagunas da barra do sul, estão encerradas as possibilidades de renovação de vida no futuro.
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Essenciais para a manutenção da linha costeira, os manguezais do litoral norte, sem qualquer significado para nossas sociedades, sucumbem ao avanço do mar e pela expansão das fazendas de camarão. Legalizadas pelo governo de Sergipe.
Na boca da Parapuca, a casa velha onde era estabelecida a fiscalização de transporte de produtos que adentravam a barra ou vinham das barras do sul é apenas uma casa de desconhecida história. História das navegações de mar fora, mar de dentro, canoeiros, navios, barcaças, mangaio da praia, tralha do sertão.
Onde era o Pela Pau, na ilha do Arambipe.
Com a aceleração do recuo da linha costeira, o extremo norte da ilha do Arambipe, onde se localizava o povoado Cabeço (destruÃdo em 1997) em breve será algo apenas fixado em imagens e na memória.
A foz do São Francisco, mirando para o pontal na banda alagoana.
Com a abertura da foz, o mar penetra cada vez mais, causando impactos profundos nos ecossistemas estuarinos e na vida das populações, sem água adequada para consumo humano.
A montante da barra do rio verifica-se a mortandade de manguezais e vegetação ripária estuarina em razão da alta salinidade da água.
à esquerda, a boca do canal da Parapuca, hoje obstruÃdo, derradeira ligação do estuário do Velho Chico com as barras do sul.
A região da foz é um exemplo finalizado dos resultados de usos, ocupações e intervenções predatórios na bacia do São Francisco.
Onde era o Pela Pau.
O farol do Cabeço é o derradeiro marco fÃsico determinante da existência do povoado Cabeço. Sem proteção, conservação, seu fim encerrará o processo de apagamento da memória de mais um lugar e suas histórias na bacia do São Francisco.
A boca da noite em Brejo Grande, SE, rio arriba.
Esta reportagem faz parte do projeto Sobradinho +40 – A Desintegração do Rio da Integração.
Produção da matéria:
Carlos Eduardo Ribeiro Jr – Organização, fotos e texto
Daiane Fausto dos Santos – tratamento de imagens
Edson Goes Ferreira – fotos drone
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