Durante ação de fiscalização no alto sertão de Alagoas, equipe do IMA – Instituto de Meio Ambiente de Alagoas apreende lote de estacas de angico e pereiro extraídas ilegalmente e faz repasse para a Reserva Mato da Onça.
Em atividade de rotina de fiscalização ambiental no alto sertão de Alagoas, equipe do IMA – Instituto de Meio Ambiente de Alagoas, apreendeu um razoável lote de estacas de angico (cerca de 90 % do material) e pereiro extraídas de forma ilegal de áreas de caatinga na região de Piranhas, Delmiro Gouveia e Pão de Açúcar.
Tanto o angico como o pereiro, são espécies de alta durabilidade, reputadas, sobretudo o angico, pela dureza e resistência à intempéries e pragas biológicas. Ambas as espécies são alvo de abate desmesurado e hoje estão em situação de extrema vulnerabilidade. O crescimento (das duas espécies) é extremamente lento e, com a devastação das caatingas dos sertões de Alagoas e Sergipe, a cada dia, com o aumento das áreas em processo de desertificação, a rarefação de chuvas e o aumento das temperaturas agravadas pelo desastre climático, a germinação natural se inviabiliza.
As peças que foram depositadas na RMO – Reserva Mato da Onça, pelos seus diâmetros, podem ter suas idades estimadas de oito a dez anos. Foram mais de sessenta estacas e espessos mourões, quantidade que, para desconhecedores da gravidade da destruição das caatingas, seria considerada insignificante. Considerando-se o quadro apresentado acima, não é difícil imaginar o quão complexo é o restauro de caatingas.
O fato de a RMO receber o material apreendido (que se juntará a um estoque de segurança de estacas de madeiras certificadas para a manutenção das cercas da Unidade de Conservação) não é motivo para alegria. Seria preferível, com toda a certeza, a alegria de termos árvores em pé, nas matas.
Nota – Por razões de segurança operacional os nomes dos membros da equipe do IMA
não foram citados.
◊ Imagem em destaque – Descarga do material apreendido na Reserva Mato da Onça. Foto | Canoa de Tolda