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Na França, agências da ONU prometem impulsionar ações para preservar oceanos

Dados sobre oceanos têm um papel importante na avaliação dos efeitos futuros das alterações climáticas. OMM/Mislav Bilic

por ONU News

Plano da Unesco prevê investimento de US$ 5 bilhões para concluir mapeamento do fundo do mar; Organização Mundial do Turismo, OMT, quer foco na economia azul para regenerar ecossistemas costeiros e marinhos na recuperação da pandemia.


Agências das Nações Unidas revelaram suas apostas para impulsionar a proteção dos oceanos no fim da Cimeira One Ocean, realizada em Brest, na França.

Temas como pesca, áreas marinhas protegidas e um possível tratado internacional em alto mar marcaram o evento que terminou nesta sexta-feira. A ONU está preparando para junho a Conferência dos Oceanos, em Lisboa, Portugal.

Mapa da Unesco permitirá identificar recursos pesqueiros para exploração sustentável. Unsplash/Hiroko Yoshii

Mapa da Unesco permitirá identificar recursos pesqueiros para exploração sustentável

Fundo do mar

A Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura, Unesco, anunciou planos de mapear pelo menos 80% do fundo do mar até 2030.
Para alcançar o objetivo, a diretora-geral da agência, Audrey Azoulay, disse que será preciso investir US$ 5 bilhões, ou em torno de US$ 625 milhões por ano, na próxima década.

A grande ambição é investir primeiro na mobilização de uma frota de 50 navios especialmente dedicados à atividade.

A Unesco pretende ainda que navios autônomos usem sonares, as ondas de propagação sonora em meio submarino, e transmitam os dados cartográficos a governos e empresas.

Década dos Oceanos

A Unesco ressalta que 20% do fundo do mar já está mapeado. A meta é que a Década da Ciência do Oceano para o Desenvolvimento Sustentável, iniciada em 2021, conclua o processo.

Como ferramenta de monitorização, o mapa global do fundo do mar irá reportar progresso anual e identificar lacunas nesses ecossistemas.

A Unesco defende ainda que é essencial conhecer a profundidade e os relevos do fundo do mar para entender a localização das falhas oceânicas, o funcionamento das correntes oceânicas e das marés, bem como o transporte de sedimentos.

Petróleo

Para a agência, esta informação contribui para proteger populações, antecipando riscos sísmicos, tsunamis e identificando sítios naturais que devem ser protegidos.

A campanha “Geração Oceano” faz parte da Década da ONU dos Oceanos para o Desenvolvimento Sustentável. Foto – Ocean Image Bank/Umeed Mistry

O mapa permite identificar recursos pesqueiros para exploração sustentável, ajudando a planejar a construção de infraestrutura offshore, ou mesmo a responder efetivamente a desastres como derramamentos de petróleo, acidentes aéreos ou naufrágios.

A agência ressalta que os dados têm ainda um papel importante na avaliação dos efeitos futuros das alterações climáticas.

Segundo dados da ONU, 80% da poluição dos oceanos saem da superfície terrestre. Foto – Saeed Rashid

Turismo

A sustentabilidade de um setor turístico de maior competitividade aliado à inclusão foi um dos temas levantados na cúpula.

Para a diretora executiva da Organização Mundial do Turismo, OMT, o setor é um dos pilares essenciais da economia azul.

Entre outras, a importância da atividade se revela “na preservação dos oceanos, fornecendo incentivos financeiros e mecanismos para proteger os ecossistemas.”

Zoritsa Urosevic destacou que na recuperação da pandemia a área deve regenerar mais ecossistemas costeiros e marinhos para a resiliência, colocando pessoas no topo desses esforços.

O setor turístico absorve 40% da economia azul, a maior parcela do valor das exportações desta área.


Fontes: ONU News


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