por Redação
Em contradição ao comunicado no final do mês de setembro passado, as vazões no Baixo São Francisco não foram elevadas, sendo mantidas, pelo contrário, em patamares relativamente baixos, impactando negativamente ecossistemas aquáticos e as populações ribeirinhas.
O mês de outubro chega à sua metade e até o momento as vazões de 2.500 m³/s (dois mil e quinhentos metros cúbicos por segundo) anunciadas pela CHESF – Companhia Hidro Elétrica do São Francisco (Carta Circular SOO-015/2021 (em 28/09) não foram praticadas.
Nesses quinze dias as descargas da UHE Xingó permaneceram majoritariamente abaixo de 1.500 m³/s, havendo prolongados períodos entre os dias 08 e 12, com valores abaixo de 1.000 m³/s, atingindo picos mínimos abaixo dos 700 m³/s determinados pela LO – Licença de Operação do barramento.
A manutenção de vazões baixas e com grandes variações tem provocado a aceleração do crescimento de bancos de algas verdes e vegetação macrófita exótica invasora (sobretudo as elódeas), configurando situações de comprometimento de acesso à água de qualidade por inúmeras populações ribeirinhas.
É um quadro recorrente desde o início de 2013, porém requalificado como normal uma vez que sucessivamente, tivemos:
- a retirada do Plano de Recursos Hídricos do Rio São Francisco, pelo CBHSF – Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco, da vazão mínima de restrição de 1.300 m³/s quando de sua atualização, em 2016;
- seguida da resolução da ANA – Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico no. 2081/2017 (que estabelece a vazão mínima de 700 m³/s), em vigor;
- e a mais recente atualização, pelo IBAMA – Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis, da LO – Licença de Operação da UHE Xingó onde a vazão mínima passa de 1.300 m³/s para 700 m³/s.
Veja abaixo o gráfico animado com as variações entre os dias 01 a 15 de outubro
Sem informações
Até o fechamento da matéria não foram observadas quaisquer comunicações da CHESF a respeito da não observância das vazões anunciadas em setembro. Tanto no site da empresa como nos sites da ANA – Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico, do CBHSF, dos estados de Alagoas e Sergipe, bem como do IBAMA e prefeituras ribeirinhas no Baixo São Francisco não foram encontradas informações sobre o quadro real em contraposição ao anunciado.
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Fontes
CHESF – Companhia Hidroelétrica do São Francisco
ANA – Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico
SNIRH – Sistema Nacional de Informações Sobre Recursos Hídricos