por Redação
Parceria visa desenvolver novas ações de formação, para informação e pela afirmação de populações ribeirinhas. O mapeamento colaborativo, previsto para ter início em 2022, visa o desenvolvimento socioambiental.
Na última quarta-feira (03), representantes da Canoa de Tolda realizaram uma ação de envolvimento da comunidade científica e jornalística brasileira com um representante do HOT – Humanitarian OpenStreetMap Team, Sam Colchester, membro da rede internacional de mapeadores em situações de crise, como vive há 40 anos a bacia hidrográfica do rio São Francisco.
A vídeo reunião teve como objetivo a apresentação do HOT e seu ferramental para uso nos projetos de mapeamento colaborativo. São sistemas que a partir de agora estão disponíveis para a organização brasileira que já conta com inúmeros parceiros para a elaboração e aplicação dos projetos na bacia hidrográfica do Velho Chico.
“A Canoa de Tolda, até o momento, é a primeira organização brasileira constituída a fazer parte formalmente da rede, uma vez que tal é condição para uso do sistema do HOT. Porém, temos um trabalho de porte que exige colaboração, mais participantes. As cooperações com universidades são muito bem-vindas, necessárias. Com a possibilidade de uso das ferramentas e suporte técnico do HOT poderemos dar partida a iniciativas de mapeamento colaborativo em toda a bacia do São Francisco, focando variados temas de interesse público”, afirma Carlos Eduardo Ribeiro Junior, presidente da organização.
O público presente nesse primeiro evento que abre o conjunto de atividades propostas para a bacia hidrográfica do rio São Francisco, foi composto por pessoas interessadas em temas como geotecnologias, geojornalismo e geoeducação de quatro estados do Brasil (São Paulo, Bahia, Alagoas e Sergipe).
A UFAL – Universidade Federal de Alagoas, parceria nos projetos de mapeamento do Baixo São Francisco, se fez presente com o professor Igor da Mata Oliveira, do curso de engenharia de pesca na unidade de Penedo, e seus alunos de geoprocessamento, observando que “a equipe do HOT Task Manager desenvolve um incrível trabalho de geoprocessamento participativo ao redor do mundo, promovendo empoderamento com implicações sociais e ambientais significativas, através principalmente da ferramenta OpenStreetMap. Esse trabalho traz visibilidade à áreas esquecidas pelos governos e grandes empresas. A disponibilidade e atenção apresentadas por essa equipe para capacitação e desenvolvimento de parcerias para a geração de informações no país tem muito a contribuir em áreas abandonas pelos responsáveis pela sua gestão.”
Atores internos e externos fazem parte de uma tática na articulação de parcerias engajadoras que fomentem mapeamentos colaborativos para ações cooperativas de jornalismo e de educação através das geotecnologias.
“Esse encontro é um marco nas relações institucionais do HOT na América Latina. Foi uma conversa muito didática sobre os usos e regulações em uma plataforma de open data, mapas feitos de um jeito colaborativo e em redes. Foi destacada a necessidade de termos bases de dados do presente usando a metodologia do HOT Tasking Manager (plataforma para criação e gerenciamento dos projetos de mapeamento), uma das mais inovadoras metodologias do mundo dos dados geoespaciais. Acima de tudo é animador ter convidados de diferentes partes do mundo nessa oportunidade ao lado de jovens estudantes de uma universidade pública da região, jovens que conhecem o rio São Francisco porque vivem em comunidades nas suas margens”, explica Antônio Laranjeira, jornalista de dados e colaborador do InfoSãoFrancisco – projeto de geojornalismo que hoje integra a Associação de Jornalismo Digital (AJOR).
O projeto de mapeamento colaborativo de zonas prioritárias da bacia hidrográfica do rio São Francisco é uma iniciativa conjunta Canoa de Tolda/InfoSãoFranciso.
Em breve mais informações sobre este alinhamento entre arranjos de inovação para a equidade socioambiental na bacia hidrográfica do rio São Francisco.
o que é o hot – humanitarian openstreetmap team
O HOT é uma equipe internacional dedicada à ação humanitária e ao desenvolvimento comunitário por meio de mapeamento aberto. Trabalhamos juntos para fornecer dados de mapas que revolucionam a gestão de desastres, reduzem os riscos e contribuem para o cumprimento dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável.
As organizações utilizam o Tasking Manager para criar projetos de mapeamento para áreas ao redor do mundo onde precisam urgentemente de dados para ajudar a salvar ou melhorar vidas.
Código aberto
O código aberto está no coração da comunidade HOT. Nós criamos e construímos ferramentas de código aberto e executamos nossos projetos com uma filosofia de código aberto. Se você estiver interessado em usar nossas ferramentas ou contribuir, você pode acessar todo o nosso código, documentação e outros recursos no GitHub.
As principais áreas de impacto que são objeto de mapeamento voluntário através de projetos do HOT são, Redução de Riscos de Desastres, Equidade de Gênero, Meio Ambiente, Energia Limpa, Transporte, Cidades Sustentáveis, Saúde Pública, Água e Saneamento, Eliminação da Pobreza, Resposta a Refugiados, Resposta a Desastres.
Em três tempos, assim funcionam os projetos do HOT e parceiros:
1- Mapeamento
Os voluntários utilizam imagens de satélite do OpenStreetMap para traçar edifícios, estradas e outros recursos.
2- Validação
Voluntários experientes verificam os dados do mapa para garantir que são de alta qualidade.
3- Usando os dados
As organizações humanitárias usam os dados do mapa para planejar a resposta a desastres e outras atividades de salvamento de vidas.
Dentre as organizações mundiais que utilizam os mapas estão a Cruz Vermelha Britânica, Cruz Vermelha Americana, Cruz Vermelha Holandesa, Banco Mundial, Médécins Sans Frontières, as Nações Unidas
Imagens: reprodução HOT
Fontes: HOT – Humanitarian OpenStreetMap Team
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