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Baixo São Francisco: lei seca

No povoado Mato da Onça, bombas de captação familiar e embarcações sobre o leito sem água do rio. Foto: Carlos E. Ribeiro/InfoSãoFrancisco

No final de semana dos dias 03 e 04 de agosto o setor elétrico, através da CHESF – Companhia Hidro Elétrica do São Francisco, operadora da UHE Xingó, reduziu significativamente as descargas do barramento criando situações de alto impacto em atividades humanas, e no meio ambiente.

As vazões da UHE Xingó chegaram a um valor mínimo de 719,90 m³/s (setecentos e dezenove metros cúbicos por segundo), ainda na faixa da LO – Licença de Operação da UHE Xingó atualizada pelo IBAMA – Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis.

Nos dias de sábado e domingo, no alto sertão, principalmente, embarcações ficaram em seco, impedindo a mobilidade de pessoa e mesmo seu uso em caso de alguma necessidade emergencial; bombas de captação de uso familiar também foram impedidas de uso, o que afeta a priorização do atendimento a seres humanos a partir dos usos múltiplos das águas.

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No povoado Mato da Onça, como em tantas localidades, o leito secado do rio vem sendo ocupado pela vegetação invasora, que consolida o processo de assoreamento nas bordas do espelho d’água. Foto: Carlos E. Ribeiro/InfoSãoFrancisco
O leito do rio, exposto, em processo de degradação. Foto: Carlos E. Ribeiro Jr./InfoSãoFrancisco
No seco. Foto: Carlos E. Ribeiro Jr./InfoSãoFrancisco
Para as populações difusas, com pequenas bombas, é extremamente difícil seguir as variações de vazão e nível do rio. Foto: Carlos E. Ribeiro Jr./InfoSãoFrancisco
Quanto mais longe do ponto de destino da água (a caixa de estoque), mais equipamento (tubos, cabos elétricos, bombas com maior potência, maior consumo de energia. Foto: Carlos E. Ribeiro Jr./InfoSãoFrancisco
Sem qualquer suporte por parte do poder público, o acesso à água é uma batalha diária. Foto: Carlos E. Ribeiro Jr./InfoSãoFrancisco
No sítio Barra do Riacho, também no povoado Mato da Onça, o leito exposto do rio é um panorama desolador. Foto: Carlos E. Ribeiro Jr./InfoSãoFrancisco
Por onde antes a água corria vigorosa, na barra do riacho do Mato da Onça, as “marés” violentas das operações de Xingó soterraram o leito de rochas. Foto: Carlos E. Ribeiro Jr./InfoSãoFrancisco
As variações de vazão acumulam o depósito de lama sobre o leito de areias limpas. Foto: Carlos E. Ribeiro Jr./InfoSãoFrancisco
Captação de água impossível. Foto: Carlos E. Ribeiro Jr./InfoSãoFrancisco
Na RPPN Mato da Onça, uma das seis Unidades de Conservação do Baixo São Francisco, a faixa de leito de rio exposto está inteiramente invadida por espécies terrestres. Foto: Carlos E. Ribeiro Jr./InfoSãoFrancisco
As variações de vazão da UHE Xingó promovem o assoreamento do leito do rio na faixa, com “ondas” de sedimento, estreitando a calha principal. Foto: Carlos E. Ribeiro Jr./InfoSãoFrancisco
A bomba do sistema de irrigação do projeto de reflorestamento da RPPN Mato da Onça, a vários metros da água, sobre a faixa de leito do rio exposto. Foto: Carlos E. Ribeiro Jr./InfoSãoFrancisco
O avanço das espécies exóticas invasoras sobre o leito do rio exposto na RPPN Mato da Onça. Foto: Carlos E. Ribeiro/InfoSãoFrancisco

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Produção da matéria:

Daiane Fausto dos Santos – Organização, tratamento de imagens

Carlos Eduardo Ribeiro Jr – Organização, tratamento de imagens, texto auxiliar

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Sobre o autor

Carlos Eduardo Ribeiro Junior

Co-criador do InfoSãoFrancisco e coordenador do projeto.