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Baixo São Francisco: segue prática de vazões mínimas abaixo de 700 m³/s

por Redação

Últimos trinta dias e operações da UHE Xingó apresentaram consistentes vazões muito baixas, mantendo o comprometimento ao acesso à água e aos ecossistemas aquáticos no Baixo São Francisco.


O rio São Francisco em seu trecho baixo vem sendo mantido com quantidades ínfimas de água em seu curso, sem que sejam – visivelmente – considerados os crescentes e cumulativos impactos ambientais e sociais decorrentes do padrão imposto pelo setor elétrico.

Nos últimos trinta dias foram observadas operações da UHE Xingó - hidrelétrica da CHESF – Companhia Hidro Elétrica do São Francisco – com descargas sistematicamente abaixo dos 700 m³/s (setecentos metros cúbicos por segundo) determinadas pela questionada LO – Licença de Operação da UHE Xingó recentemente atualizada pelo IBAMA – Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis. Como já apresentado pelo InfoSãoFrancisco, a LO teve a vazão mínima de 1.300 m³/s reduzida para 700 m³/s.

As operações da UHE Xingó chegaram ao extremo entre a manhã do dia 31 de julho e a tarde do dia 1º de agosto, quando ao São Francisco foram concedidas vazões que estiveram, na maior parte do tempo, na faixa de 675 m³/s, contraposto a algumas horas de máximas na faixa de 762 m³/s.

Deve ser notada a aceleração do avanço de vegetação de transição (terrestre e aquática) que avança sobre o leito secado do rio que, irrigado pelas variações da água, como marés, e o depósito de material orgânico em decomposição (algas e vegetação aquática, ambas espécies exóticas invasoras), o que consolida os impactos da erosão na borda do espelho d’água e o consequente assoreamento (da mesma borda do leito do rio, ora exposta, ora levemente coberta pela água).

Veja mini vídeo com gráfico animado das vazões da UHE Xingó nos últimos sete dias

Veja mini vídeo com gráfico animado das vazões da UHE Xingó nos últimos trinta dias

No fechamento da matéria a UHE Xingó operava com descargas de 945,72 m³/s (14:00hs) com queda.


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Fontes

ANA – Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico

SNIRH – Sistema Nacional de Informações Sobre os Recursos Hídricos

IBAMA – Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis


Imagem em destaque: O Baixo São Francisco. Foto: Carlos E. Ribeiro Jr. / InfoSãoFrancisco